sábado, 16 de janeiro de 2016

Estranho

Parado em frente ao espelho sem reconhecer o estranho ali.
Toquei o rosto com delicadeza desconhecida, a aparente calma naquele rosto esconde as dores e revoltas profundas. Aqueles olhos se encarados com atenção gritam suas mágoas.
- Quem é você? - perguntei na esperança de obter uma resposta confortável.
- Eu sou o que restou de você - respondeu uma voz em minha mente.
O rosto que antes expressava calma agora demonstra confusão e cansaço. Eu já ouvira tal resposta milhares de vezes e em todas a expressão era a mesma.
Cansaço...é, eu realmente estou cansado e insatisfeito com a vida.
Toquei o espelho na tentativa de confortar o estranho e pensando comigo mesmo me intriguei em como as pessoas não percebem isso ou se percebem fingem que não viram. O rosto esboçou um sorriso fraco e cansado para mim, uma retribuição ao pensamento.
Se isto é um presente dos deuses, preferia nunca ter visto este rosto.

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